Fonte: Blog Ponto de Ônibus
De acordo com levantamento da NTU, um dos principais motivos é o
incentivo ao transporte individual
Os ônibus urbanos em todo
Brasil perderam 3,2 milhões de registros de passagens por dia entre os anos de
2014 e 2015.
É o que aponta novo
levantamento divulgado nesta sexta-feira, 12 de agosto de 2016, da NTU – Associação Nacional das Empresas de Transportes
Urbanos, que reúne em torno de 500 viações em todo o país.
Segundo os dados, a queda na
demanda de passageiros entre 2014 e 2015 foi de 9%, um dos maiores da série
histórica do levantamento realizado desde 1994.
Em 2014, foram registradas 382
milhões passagens de ônibus em média por mês. No ano passado, este número caiu
para 348 milhões.
Mesmo assim, o ônibus é
responsável pela maior parte dos deslocamentos do país: 87% dos usuários de
transporte público utilizam o ônibus como principal meio de locomoção.
Como as linhas
metroferroviárias não avançam nas principais áreas urbanas do país, o dado da
perda de passageiros de ônibus é preocupante e revela diversos aspectos, como o
fato de mais pessoas deixarem de se deslocar porque perderam emprego devido à
crise econômica e, principalmente, o fato de ainda o transporte público não
receber prioridade devida nos investimentos, prejudicando a sua qualidade e
fazendo com que mais pessoas optem pelo automóvel particular ou moto, ampliando
assim os níveis de congestionamento e poluição nas cidades.
Para que o transporte público
seja interessante, ele precisa ser confiável, rápido, ter valores de passagens
acessíveis e conforto.
Isso só é possível com
políticas públicas de financiamento e geração de recursos para barateamento de
tarifas; ampliação da infraestrutura adequada para o transporte público, como
aumento de linhas de trem e metrô e corredores de ônibus que oferecem
eficiência e, também, um poder público que estimule o empresário de ônibus que
quer investir, mas aja com rigor para aquele que não opera bem o transporte
coletivo.
Políticas externas ao
transporte coletivo também podem auxiliar a mudança deste quadro.
A NTU citou como exemplo a
questão da política sobre o óleo diesel, que força o aumento das tarifas e faz
com que os ônibus percam passageiros.
Entre 2000 e 2015, de acordo
com a entidade, o preço do óleo diesel para o setor de transportes por ônibus
aumentou 52,7%.
O levantamento foi feito em Rio
de Janeiro, São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Paraná, Goiás, Pernambuco, Ceará e
Rio Grande do Sul.
Adamo Bazani,
jornalista especializado em transportes.