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A dura realidade dos motoristas de ônibus no Rio de Janeiro também está presente em outras cidades brasileiras. A rotina é de cansaço, estresse e até frustração.

Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo

Reportagem acompanhou a rotina dos profissionais do volante e deve servir de reflexão para a sociedade compreender melhor as necessidades da categoria em todo o País.

A OMS – Organização Mundial da Saúde coloca a profissão de motorista de ônibus urbano e metropolitano entre as cinco mais estressantes no Brasil.
Os motivos parecem óbvios: trânsito complicado, falta de prioridade ao transporte coletivo no espaço urbano, longas jornadas de trabalho, locais inadequados para refeição e até mesmo para necessidades fisiológicas, falta de educação de colegas e passageiros, veículos mal conservados e cansativos de guiar, violência urbana entre outros.
No entanto, mesmo parecendo motivos óbvios, o motorista de ônibus tem suas necessidades invisíveis para a sociedade. No trânsito, ele é encarado como vilão. Se o ônibus atrasa ou quebra, é sobre ele que é descarregada a fúria do passageiro.
Nem todas as empresas de ônibus mantém uma boa relação com os trabalhadores. Há bons exemplos, de viações que investem em treinamentos, na saúde física e mental do motorista e cobrador e respeitam o básico: jornada de trabalho, folgas e descansos. Mas no mundo real dos transportes coletivos, ainda existem empresas com chefias antiquadas que acham que comandar um grupo é exercer uma relação de força e sequer os direitos trabalhistas são seguidos. Muitos ainda não sabem que chefiar não é mandar e sim liderar.
A população tem o costume de reclamar dos transportes e, em boa parte das vezes com razão. Mas não quer ou não consegue enxergar que o transporte é uma atividade humana, voltada para seres humanos e prestada por seres humanos. Poucos se importam em discutir as condições de trabalho dos motoristas de ônibus, que não influenciam somente na rotina de passageiros, mas de toda uma localidade, inclusive no dia a dia de quem sequer sabe como é um ônibus urbano por dentro.
E os sindicatos? Não se pode generalizar, mas profissionais dizem que há supostas representações trabalhistas que vivem mesmo na base do agito, sem de fato se colocar no lado da categoria, por vezes usada como massa para negociata em prol de benefícios de diretores, que aparecem na mídia enquanto há o “oba – oba”, mas que na hora de sentarem com as empresas, sem agitações, não apresentam propostas que poderiam mudar para melhor a rotina dos transportes.
O importante é todos os agentes dos transportes entenderem que, embora haja interesses específicos, empresas de ônibus, trabalhadores e passageiros não podem ser inimigos. Há objetivos em comum, como crescimento econômico, seja empresarial ou pessoal, qualidade de vida e deslocamentos rápidos que atendam às necessidades de todas as engrenagens.
O jornal O Globo acompanhou o dia a dia de motoristas de ônibus no Rio de Janeiro. São 43 empresas em quatro consórcios. A maioria dos motoristas não conta mais com o auxílio de cobradores, mesmo em linhas comuns que trafegam fora de corredores, e nem tem plano de saúde.

Ônibus sem cobrador em sistemas de corredores exclusivos e com pré-embarque, com pagamento de passagem antes da chegada do veículo não é considerado problema pelos profissionais. Mas em linhas comuns, dirigir e cobrar ainda é tarefa cansativa, mesmo com a bilhetagem eletrônica correspondendo à maior parte dos pagamentos de tarifa.
Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo
Os salários dos motoristas e cobradores na cidade do Rio de Janeiro são R$ 2.134 e R$ 1.177, respectivamente. Eles dizem que não vale a pena, apesar de os rodoviários terem acumulado 59,5%, contra uma inflação de 37,4%, nos últimos cinco anos.

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