Fonte: Blog Ponto de Ônibus
Empresa atribui medida à crise econômica e à baixa adesão ao PDV
A Mercedes-Benz informou em
comunicado aos 9,8 mil funcionários da planta de São Bernardo do Campo, no ABC
Paulista, que pretende demitir 1.870 empregados a partir de setembro.
De acordo com a montadora, a
medida ocorre por causa da crise econômica e também pelo fato de o PDV –
Programa de Demissões Voluntárias ter registrado baixa adesão.
A Mercedes-Benz esperava
desligar em torno de 2,5 mil funcionários pelo PDV, no entanto, apenas 630
aderiram ao programa.
“Com o intuito de manter a
nossa transparência e atualizá-los sobre a difícil situação de nossa empresa,
frente a uma das piores crises econômicas do País, informamos que o excedente
da planta de São Bernardo, que no início do ano era de cerca de 2.000, já
supera 2.500 colaboradores, após sucessivas reduções de produção.
Adicionalmente, continuamos sem nenhum sinal de reação do mercado brasileiro em
2017, o que pode piorar ainda mais a situação” – disse o comunicado assinado
pelo presidente da montadora no Brasil, Philipp Schiemer.
A planta de São Bernardo do
Campo produz equipamentos, peças, caminhões e chassi para ônibus.
A Mercedes-Benz diz que adotou
desde 2014 diversas medidas para evitar demissões, incluindo adesão ao PPE –
Programa de Proteção ao Emprego.
A empresa afirmou também que
possui tem 1400 funcionários em licença remunerada desde fevereiro deste ano.
“Não temos como suportar
excedente de colaboradores tão alto e volumes de produção extremamente
reduzidos há tanto tempo. Por isso, lamentamos que o único caminho a seguir
seja o ajuste do nosso quadro de pessoal” … “Nesse momento, diante de um
cenário que tem se agravado cada vez mais, não temos outra alternativa a não
ser a redução do quadro de pessoal dessa fábrica. A Mercedes Benz continua em
negociação junto ao sindicato dos trabalhadores para discutir o tema” – diz a
Mercedes-Benz em nota.
Também em nota, o Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC diz que a montadora de ônibus e caminhões está irredutível.
A entidade trabalhista não descarta até mesmo paralisações se não houver avanço
nas negociações.
De acordo com a Fenabrave- Federação Nacional da Distribuição de
Veículos Automotores, neste ano, entre janeiro e julho, as vendas de ônibus
acumulam queda de 33,69% e a de caminhões, baixa de 31,46% no mesmo período .
Veja em:
A indústria amarga queda de
produção e vendas de veículos pesados desde 2014.
Adamo Bazani,
jornalista especializado em transportes