Para
gerenciadora, investimentos trouxeram conhecimento técnico à indústria nacional
e ampliação da frota depende de incentivos governamentais e de rede nacional de
fornecedores
Na última terça-feira, 21 de fevereiro, o Diário do
Transporte noticiou a intenção do Governo do Estado de São Paulo em dar
continuidade ao projeto de ônibus a hidrogênio, com o desenvolvimento de um
modelo articulado. O hidrogênio, desta vez, seria obtido pela reforma do gás
natural e não pela eletrólise da água, como nas quatro unidades que foram
apresentadas entre 2011 e 2015.
Na matéria, a reportagem mostrou que os ônibus que
deveriam estar circulando pelo Corredor ABD estão parados na garagem da
concessionária, em São Bernardo do Campo.
Em resposta à matéria, a EMTU diz que o projeto
tinha vigência até 31 de março e confirmou a intenção de estabelecer novas
fases. Mesmo com os veículos hoje não transportando passageiros, a gerenciadora
considerou o projeto um sucesso já que trouxe conhecimento técnico e desenvolvimento
à indústria nacional e informou que o plano de expansão da frota de veículos
movidos a hidrogênio depende da implantação de uma rede nacional de
fornecedores de peças e componentes e também de mecanismos de incentivos
governamentais para que as empresas operadoras do transporte público possam se
interessar pelo programa. Confira a nota completa:
Em resposta à reportagem no site Diário do
Transporte, sob título “Governo de São Paulo considera ônibus articulado a
hidrogênio a partir do gás natural” a EMTU/SP esclarece que o projeto dos
ônibus movidos a célula a combustível hidrogênio alcançou seus objetivos no
Brasil, tendo colocado em operação comercial uma frota com um combustível
totalmente limpo. Com esse desempenho, o Brasil entrou para um seleto grupo de
países (Alemanha, Inglaterra, Holanda, Suíça, Itália, Noruega, Estados Unidos,
Canadá e China).
O programa dos ônibus movidos a hidrogênio não
contou com recursos financeiros da EMTU/SP ou do Governo do Estado de São
Paulo. A EMTU/SP foi designada para ser a Coordenadora Nacional do Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD, que entrou com o apoio financeiro
do Global Environmental Facility (GEF), além de recursos provenientes da
Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), por intermédio do MME. Para o
desenvolvimento de todo o projeto foram destinados US$ 16 milhões.
A EMTU/SP sempre foi pioneira em testar novas
tecnologias como o ônibus a gás, o ônibus elétrico com baterias e veículo
movido a etanol. Apesar de testar e verificar a viabilidade técnica, a empresa
não tem a responsabilidade de manter a frota ou multiplica-la. O plano de
expansão da frota de veículos movidos a hidrogênio depende da implantação de
uma rede nacional de fornecedores de peças e componentes e também de mecanismos
de incentivos governamentais para que as empresas operadoras do transporte
público possam se interessar pelo programa.
O projeto Ônibus movido a Célula de Hidrogênio
tinha vigência até 31/03/2016 e circulou no Corredor ABD até início de junho de
2016. Para não interromper um programa tão vitorioso, a EMTU/SP já vinha, muito
antes dessa data, prospectando novas parcerias para possibilitar a continuidade
operacional dos ônibus e da estação em função de não haver mais compromissos
entre os parceiros de projeto.
Uma das possibilidades é essa publicada no Diário
Oficial que seria a incorporação da tecnologia de produção de hidrogênio a
partir da reforma de gás natural. Essa proposta é composta pelo desenvolvimento
de uma planta de produção de hidrogênio, a partir da reforma de gás natural,
para utilização em veículos de transporte público de passageiros da EMTU/SP;
Estudos comparativos de tecnologias de produção de Hidrogênio pela tecnologia
da Eletrólise e reforma de gás natural; Desenvolvimento de ônibus articulado
movido a hidrogênio e comparativo de desempenho operacional com ônibus movido a
gás natural.
A
EMTU/SP considera muito importante a operação e o desenvolvimento da tecnologia
do hidrogênio, sendo que todo o esforço dispendido tem relevante importância
para o Brasil, uma vez que trouxe conhecimento técnico e desenvolvimento à
indústria nacional.
Por
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes